Depois que fiz uma cobertura completa sobre o Casamento Real, contando todos os detalhes do casamento do século, agora para encerrar vou fazer um breve resumo sobre tudo que aconteceu.
Os olhos do Brasil e do mundo se voltaram sexta (29) para Londres, onde finalmente se casaram, depois de oito anos de namoro, o príncipe William e sua linda plebéia Kate Middleton. Embora a ‘Firma’, como é conhecida a família real britânica, tenha se esforçado para dar ares de sobriedade à cerimônia e às festas que foram transmitidas ao vivo para 2 bilhões de pessoas, os tempos andam bicudos no Hemisfério Norte, o que se viu foi a renovação de uma tradição quase milenar em toda sua pompa e esplendor.
Quando o casal se beijou, às 9h26 (horário de Brasília), na sacada do Palácio de Buckingham, 1,2 milhão de turistas estavam despejando cerca de R$ 1 bilhão na economia inglesa em forma de souvenirs, bebidas, hospedagem, alimentação e direitos de transmissão. A monarquia britânica, símbolo de um império que segurou as rédeas do planeta durante 150 anos, é a mais célebre de todas, à prova de guerras, crises e desventuras conjugais de seus membros.
Ela também é o retrato de seu tempo: ao permitir o casamento de seu futuro rei com uma plebéia, coisa que não acontecia há 350 anos, quando o Duque de York (em seguida James II) se casou com a filha (grávida) de um ministro de seu pai, a Rainha Elizabeth II mostrou que entendeu a mensagem de seus súditos diante da trágica morte da Princesa Diana. O povo quer, sim, uma monarquia tradicional, que preserve os valores de fleuma, família e senso de dever, mas exige que seus membros estejam mais conectados à realidade, às aspirações e aos sentimentos da nação. Em suma: os reis e príncipes também têm que ser popstars!
Kate é a noiva real perfeita: não se mete em escândalos, nunca deu entrevistas reveladoras, não tem um extenso currículo amoroso e teve tempo suficiente para saber que vida de princesa não é o conto de fadas que muitos imaginam, mas um exercício constante de renúncia, falta de privacidade, dever absoluto e postura. Some-se a isso o fato de ter namorado por oito anos e conhecer bem os gostos, os pensamentos e o jeito do marido.
Ao sair, num gesto surpreendente, do almoço que a Rainha lhe oferecera no Palácio de Buckingham, dirigindo um carro conversível com balões pendurados na lataria, William mostrou que aprendeu direitinho com a mãe a arte de conquistar o coração do povo. Jovem, feliz e apaixonado: essa foi à impressão que tivemos do novo casal da realeza...
Durante toda a cerimônia, foi comovente o olhar fixo, penetrante e apaixonado do noivo para sua Kate, que tadinha, tremia de tão nervosa, fazendo tiques com a boca, entortando os lábios e se segurando para não chorar, o protocolo proíbe aos membros da realeza extravasar suas lágrimas. Ela não iria derrapar logo na partida; embora ansiosa (que menina não estaria?), Kate demonstrou a força de sua personalidade ao aparecer com os cabelos soltos, sua marca registrada, e a maquiagem feita pelas próprias mãos.
Fora isso, foi uma noiva linda, lindíssima. E antenada ao mundo fashion: a escolha de Sarah Burton, simplesmente a melhor estilista que surgiu nos últimos tempos, não poderia ter sido mais feliz. Sarah foi, durante anos, assistente de Alexander McQueen, o gênio rebelde inglês que se suicidou em fevereiro do ano passado. Quando assumiu a difícil tarefa de substituí-lo, fez bonito. Suas duas coleções solo, à frente da marca do antigo mestre, alcançaram sucesso de público e crítica. A última, desfilada em Paris, teve como tema ‘A Rainha das Neves e Sua Corte’, prenúncio da honra que Kate lhe deu: criar o modelo que promete ser um dos mais copiados da História.
A escolha da estilista certa na hora exata: na segunda (02), McQueen foi lembrado no Baile de Gala da revista americana ‘Vogue’ (tema para próximo post), que abriu uma exposição sobre sua obra no Costume Institute, o Museu da Moda do Metropolitan Museum, de Nova York. De Paris, já tive os ecos do casamento: a loja da McQueen estava, abarrotada de clientes. Quem deve estar sorrindo de orelha à orelha é o empresário francês François Pinault, dono da grife, a grande ironia é que Kate escolheu uma estilista inglesa, mas os lucros vão para os bolsos da França...
A nova Duquesa não esqueceu, no entanto, suas eternas preferências: passou a véspera do casório no Goring Hotel, ao lado da família e a bordo de um modelito da brasileiríssima Daniella Helayel, que criou seu vestido de noivado. Outro look que se esgotará rapidinho nas lojas da estilista, que assistiu ao casamento no Brasil.
O modelo da noiva seguiu as mesmas bases de outro vestido icônico, o de Grace Kelly, rendado e de mangas compridas. Mas estava lá o DNA de McQueen: corset justo em cetim marfim na parte de cima e saia volumosa de tafetá com bordados na barra, além de uma basque na parte de trás. O véu, composto por camadas de tule de seda, ganhou aplicações de pequenas flores, bordadas pela tradicional Royal School of Needlework. A cauda, de 2,7m, não era tão longa quanto à de Diana (7,6m), exalando sobriedade.
Para acompanhar, a tiara Cartier anos 30, que foi emprestada pela Rainha e já desfilou nas cabeças da Rainha-Mãe e da Princesa Anne, não poderia ter sido mais harmônica, não foi usada como peça decorativa, mas para segurar o véu e os cabelos. Os brincos, presentes de seus pais, Carole e Michael Middleton, são obra do joalheiro Robinson Pelham, que compôs uma gota de diamante em forma de pêra e um pavê suspenso no centro, lembrando as folhas de carvalho do brasão da noiva. Não resta dúvida: o modelito será a nova sensação da temporada de casamentos!
P.S.: O casal real finalmente viajou para o exterior em lua de mel, terça (10), mas o destino e a duração da viagem não foram revelados. “Nós não vamos confirmar, nem comentar, especulações sobre onde eles foram em sua lua de mel privada, só confirmamos que eles foram”, disse um porta-voz de Clarence House, a residência oficial do príncipe em Londres. “O casal pediu que sua privacidade seja respeitada durante sua lua de mel.” Possíveis destinos cotados para a viagem incluíam África, onde o príncipe pediu Kate em casamento, Jordânia, Caribe e Austrália. Uma ilha privada no Oceano Índico também foi citada pela mídia como possível local da lua de mel. A viagem dos novos duque e duquesa de Cambridge acontece onze dias após o casamento real.
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